Se você me der a mão

Para mim, o teatro tem se tornado cada vez mais fascinante. A cada espetáculo que assisto, percebo a grandiosidade de se tomar conta de um palco, sem direito a refazer cena ou edição, como no cinema e na televisão.

No teatro, as coisas acontecem, o público responde, os atores se inspiram nessa resposta e as atuações acontecem espontâneas. Sabe quando escutamos alguém contar bem uma boa história, e enquanto isso acontece, nós inventamos as cenas nas nossas cabeças?

Teatro é mágico assim. Vem da imaginação do autor do texto, da entrega do ator, da forma como o cenário se encaixa na história e por aí vai.

Ontem eu fui ao teatro Gazeta, aqui em São Paulo, assistir ao espetáculo Se você me der a mão. A história gira em torno da relação da mãe, Dulce (Tássia Camargo), com a filha, Denise Maria (Priscilla Squeff). Durante um determinado período - que envolve o encontro após anos, já que Denise Maria mora fora do Brasil, a reconciliação entre elas, apesar da mágoa da filha por determinado acontecimento, assim como a surpresa de um diagnóstico de câncer de mama -, a mãe aprende a se fortalecer com a filha, assim como a filha aprende a cuidar da mãe como fora cuidada quando criança.

Dulce e Denise Maria viajam ao passado para aprenderem a lidar com os acontecimentos do presente. Com boas tiradas de humor, a autora Regiani Antonini oferece leveza durante diálogos que tratam de mágoas, da separação, da solidão e da morte. Tássia Camargo tece uma Dulce como muitas mulheres que, se não somos, conhecemos, o que nos leva à identificação imediata com seu humor agridoce. Priscilla Squeff equilibra o espetáculo como a doce, porém pés no chão, Denise Maria.

A iluminação do espetáculo me chamou bastante a atenção, porque ajudou a contar essa história emocional, repleta de nuances. Minha única ressalva é para a trilha sonora, que poderia ter sido explorada melhor, de forma a colaborar com as viradas do espetáculo, como acontece com a iluminação.

Há também a gratificação por ver uma atriz como Tássia Camargo no palco. Priscilla Squeff também me surpreendeu. Trata-se de alguém para se acompanhar a carreira. E a sintonia entre essas atrizes faz com que a viagem pelo espetáculo Se você me der a mão seja graciosa como as lembranças da filha e afinada como o humor da mãe.

Se você me der a mão é baseado na história real da mãe da atriz e idealizadora do projeto, Priscilla Squeff. E mais do que entreter, o espetáculo tem como meta apoiar a FEMAMA na campanha pelo diagnóstico precoce do câncer de mama, enquanto celebra a relação entre mãe e filha.

SE VOCÊ ME DER A MÃO
com TÁSSIA CAMARGO e PRISCILLA SQUEFF


Texto: Regiana Antonini
Direção: Ernesto Piccolo

Sexta às 23h
Sábados e domingos às 20h

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Comentários

Regiana Antonini disse…
Obrigada querida! Você entendeu tudo. Bom poder contar uma história quando pessas sensíveis e observadoras estão na platéia! Que delícia a sua crítica! Obrigada por divulgar nossa peça por aqui. No teatro o boca a boca é o que mais conta! Eu como autora só tenho a agradecer! Beijos!
Regiana Antonini
Priscilla Squeff disse…
Oi Carla! Obrigada por seus comentários construtivos e pontuais. Fazer teatro assim dá prazer, é por isso que fazemos. Este espetáculo é muito especial para mim e fico feliz quando ele se torna especial aos outros também. Obrigada por dedicar seu tempo a escrever sobre "Se você me der a mão". Me inspira muito a continuar realizando esse trabalho cada vez mais. Beijo grande. Priscilla.
Carla Dias disse…
Regiana... Eu que agradeço a gentileza em ler o meu texto. Gosto quando há o que dizer depois de um espetáculo, como este. Fiquei feliz com a oportunidade de assisti-lo. E vamos divulgando. Beijos!

Priscilla... Obrigada a você pelo belo trabalho no palco. E desejo que haja sempre algo para inspirá-la a seguir adiante, como você irá inspirar a muitas pessoas com este espetáculo e com os que virão, já que o talento já se mostrou. Beijos!