Um universo chamado Barfly


Meu início com Charles Bukowski foi um tanto conturbado. Não me afeiçoei a ele - a sua obra - ao ler Cartas na Rua, livro que ganhei de um namorado que era apaixonado pelo escritor.  Passaram-se anos desde a primeira leitura até eu chegar a próxima. Quando aconteceu, quando li alguns poemas de Bukowski, dei-me conta de que seria afeto para a vida.

Então, eu soube desse filme com roteiro de Charles Bukowski, baseado em sua vida. O roteiro foi encomendado ai escritor pelo diretor de Barfly, Barbet Schroeder.

Assisti Barfly pela primeira vez há tantos anos que nem faço ideia de quando poderia ter sido. Posso garantir que também perdi as contas de quantas vezes eu o assisti, depois da primeira. Certamente, muitos acreditaram que se tratava de mais um da leva de 9 ½  Semanas de amor (Nine ½ Weeks/1986 | Adrian Lyne), filme que tornou Mickey Rourke conhecido como o sedutor nos moldes do personagem que interpretava.

Talvez nem todos estivessem preparados para a crueza de Barfly, para a forma contundente com que Rourke fez o seu papel, interpretando um personagem baseado em uma pessoa tão complexa quanto.


Eu já apreciava o trabalho de Mickey Rourke por conta dos filmes O Selvagem da Motocicleta (Rumble Fish/1983 | Francis Ford Coppola) e Coração Satânico (Angel Heart/1987 | Alan Parker), este lançado no mesmo ano de Barfly. Ao assisti-lo interpretar Henry Chinaski, passei do apreciar para o deslumbramento. O que Rourke fez em Barfly foi levar para a tela o personagem de vários livros de Bukowski, se não, muito do próprio autor.


Henry Chinaski é um personagem rico e completamente danificado. Ainda assim, sedutor, mas nãos nos moldes de John, o pseudo-galã do filme de Adrian Lyne. Sedutor por conta de sua complexidade e deboche, da forma como leva sua vida, praticamente morando em um bar, o amor psicodélico e ébrio que sente por Wanda Willcox (Faye Dunaway), assim como forma como lida com o próprio talento de poeta.


Adoro Dunaway como Wanda...


BARFLY | TRAILER

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