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Mostrando postagens de 2019

Push Up | Profissional e pessoal

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  Em 2006, assisti ao espetáculo que mudou a forma como eu encarava o teatro. Querido Mundo (clique e leia) , de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, contava com dois atores pelos quais tenho profunda admiração: Maximiliana Reis e Jarbas Homem de Mello. Foi ali que me apaixonei pelo teatro. Foi ali que me atrevi a aceitar o desejo de, quem sabe um dia, ser capaz de escrever uma história que se acomode em um palco. E o palco... O que mais me encanta sobre o palco é ele caber em qualquer espaço, em qualquer formato. Reúna pessoas capazes de contar histórias, de vestir personagens, de tocar instrumentos musicais e lá está: o palco a abarcar espetáculo. Em 2013, fui convidada para assistir TOC TOC (clique e leia) , de Laurent Baffie, com direção de Alexandre Reinecke. João Bourbonnais, um dos atores do espetáculo, leu um texto meu, sobre o Conexão Marilyn Monroe (clique e leia) , escrito e dirigido por Reinecke. Minha admiraçãopor Bourbonnais, despertada durante o 

Dave Matthews Band | Que show foi aquele?

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Música é importante para mim. Mesmo quando as pessoas insistem em colocá-la no patamar de mero entretenimento. Às vezes, é apenas isso mesmo. Na maior parte do tempo, ao menos para mim, é muito mais. Foi com a música que aprendi a escrever poemas. Com ela, aprendi que uma ótima forma de aprender é ensinar. Foi a música que me ensinou a lidar com as pessoas, que me apresentou a bateria, para a qual eu voltei, depois de quase duas décadas. Ela guia o meu trabalho há quase trinta anos.  Posso dizer que a música inspira em mim as melhores ousadias.  Quem não tem uma banda, da qual gosta, que faz diferença, não? Temos vários artistas, na verdade. Vários músicos, compositores, intérpretes que nos enchem de alegria, porque fazem música. Por conta do meu trabalho, tive a sorte de conhecer alguns dos meus ídolos, e outros que não eram, mas se tornaram meus ídolos. Há algo que sempre permanece, quando se trata desse meu afeto pelo artista: admiração pela obra e pela forma como ele cu

Nelson Gonçalves | O amor e o tempo

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© Divulgação Eu tenho muito apreço pelo Teatro Gazeta. Meu gosto pelo teatro começou, de fato, ali, quando assisti, há mais de uma década, o espetáculo  Querido Mundo  [ leia sobre ]. Assisti a outros tantos espetáculos naquele palco. Alguns deles, marcaram-me para a vida. Pode parecer exagero, mas não é. Sou das pessoas que se permitem ser marcadas por um espetáculo de teatro, um filme, uma música, um livro, uma frase de um desconhecido que impulsiona aquela mudança que passei muito tempo postergando, e por aí afora. Então, que aquele palco tem o poder de fazer minha imaginação, que já é inquieta por natureza, esbaldar-se em devaneios.  Ontem, eu fui ao Teatro Gazeta. Entrei, sentei-me na poltrona A-25, assim, na fila do gargarejo. Enquanto o espetáculo não começava, eu imaginava cenas improvisadas naquele lugar onde palavras ganham tons, por conta de pessoas que, dedicadas à lida da interpretação, abrem alas para as emoções dos espectadores.  O espetáculo: Nelson Gon

A poesia melancólica e reveladora de O quarto de Jack

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Cena do filme O quarto de Jack | Foto © George Kraychyk Eu sei que a maioria de vocês já assistiu ao filme e foi há um bom tempo. Ele foi lançado em 2015. Talvez, muitos de vocês não se lembrem claramente do filme, o que é justificável, já que há muita coisa acontecendo e estamos todos ligados a elas: cinema, questões pessoais, música, trabalho, literatura, injustiças, fotografia, violência, artes plásticas, telejornal, celebrações, memes, superações, perdas e por aí vai. Desde seu lançamento, eu vinha evitando me encontrar com esse filme. Não é raro acontecer de eu me demorar em um desejo. Na verdade, sempre que me demoro em um desejo, é porque algo me diz que esse tempo é uma espera que tem seu valor. Raramente eu me engano nesse aspecto.  O quarto de Jack (Room) é um daqueles filmes em que a tristeza profunda é de beleza insana. Quando uma ação horrível é encarada da melhor forma possível e essa forma é dura, porém poética, o que me faz lembrar de um amigo que me con