Quantas vidas?


O Ben Thomas de Will Smith, personagem central desse filme conduzido pelo número 7, considerado mágico e poderoso, chega a me deixar com aquela dorzinha no coração. A tristeza que ele interpreta é tão densa, tão angustiante que o expectador, sem perceber, passa a respirar tão pesado quanto o personagem, sentindo-se também acuado pela dor dele.

Particularmente, acho Sete Vidas (Seven Pounds/2008) um daqueles filmes que nos doem, mas que sempre acabamos assistindo novamente. Ainda outro dia, assistindo um episódio de um seriado médico, vi o excelente Mandi Patinkin fazendo belamente exatamente o que Will Smith faz em Sete Vidas. Se no seriado foi difícil de aceitar, apesar de estar claro que o personagem tinha de fazer o que escolheu, no filme a estranheza é ainda mais pulsante. O personagem de Patinkin diz à filha, mediante a recusa dela em aceitar sua escolha que “uma coisa é se suicidar e outra é escolher a morte”.


A eutanásia não é o tema de Sete Vidas. Na verdade, é a vida que acaba sendo celebrada, do começo ao fim. Triste é ver que a tristeza de Ben começa a se dissipar, justamente quando seu plano está para ser executado. E apesar de a sua escolha oferecer resultados positivos para as sete pessoas que ele escolheu, não há como descartar a inquietude provocada pela dor de Ben.

Gabriele Muccino, diretor de Sete Vidas, também dirigiu o belíssimo Em busca da felicidade (The Pursuit of Hapinness/2006), também estreado por Will Smith.

Não há como contar muito sobre o filme, pois ele é dos para ser descoberto a cada cena. Melhor assisti-lo... Eu certamente o farei mais vezes.


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