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Mostrando postagens de 2017

Quintal, música e pinturas

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Foto © Rodrigo Scó Assim como muitos, estou meio borocoxô com as ciladas nas quais andamos caindo. É a política que corta, a incivilidade que joga sal na ferida. Fica tudo meio dormente e enlouquecido, de jeito que inspira um desolamento ruminado à exaustão. Daí que fica tudo meio sonso, dá preguiça existencial. A gente se encosta nessa melancolia de quem não sabe para onde correr, por onde começar a desfiar esse novelo. Nessas horas, a arte se prova cada vez mais merecedora de atenção e cuidado. Para os que duvidam do seu valor, saibam que ela tem papel fundamental na nossa formação humana. Pois em dias como esses, em que nos sentimos desalentados e atormentados que só, meio que largados à beira do caminho, vem a arte e faz arte com a gente. Sexta passada, fui a um evento do qual um amigo participou, no bairro onde moro. Não sabia nada a respeito, apenas que gostaria de estar lá por ele e pelo quentão. Era Festa Junina e eu estava louca por um quentão. A festa acontece

Kleber Albuquerque + Rubi | Contraveneno

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LÁ PELAS BANDAS DO CONTENTAMENTO A primeira vez que os vi em um mesmo palco foi em 2003, no show do lançamento do disco O Centro Está Em Todas As Partes , de Kleber Albuquerque. Rubi entrou em cena para cantar uma das canções do disco. Até então, eu não conhecia aquela voz. Conhecia o Kleber, mas não nos falávamos há tantos anos, desde a gravação do disco da banda O Palhaço , lá em Santo André, nossa cidade. Eu estava feliz com o reencontro, porque na conta dele estava a estima que sentia pelas canções dos discos anteriores de Kleber: 17.777.700 e Para a inveja dos tristes . Meu apreço pela música do Kleber não é segredo. Eu gosto mesmo, faço propaganda, apresento aos amigos. A sua poesia é de uma lindeza que me toca profundamente, e que me inspirou a escrever um livro de poemas. Meu apreço por ele, idem. É um amigo pra lá de querido, um artista que me inspira, uma pessoa admirável. Daquele show para cá, frequentei outros shows do Kleber e do Rubi. Com eles juntos,

Roque Santeiro | O musical

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Foto: João Caldas | Divulgação A fictícia cidade de Asa Branca é cenário para uma trama na qual o bem-estar do cidadão serve como fachada para interesses próprios. Políticos e religiosos seguem se estranhando, mas nem tanto. Na hora do agrado, todos chegam a um acordo. Não se trata de uma adaptação da novela que foi ao ar nos anos oitenta. O musical é baseado na peça de teatro O Berço do Herói , escrita por Dias Gomes nos anos sessenta, que foi censurada. A novela também é baseada nessa peça, mas o musical segue a trama da peça, e se diferencia em muito da adaptação feita para a novela.   Em cartaz no teatro FAAP, em São Paulo, Roque Santeiro | o musical  conta a história do Cabo Roque, que foi declarado morto durante uma batalha. A partir desse ocorrido, um herói é forjado, criando-se uma lenda e um mercado em torno dela. Durante anos, Asa Branca vive do turismo gerado pela história de Roque Santeiro e sobrevive aos interesses de figuras da política e da igreja. Suste

Mariachi Gringo

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Mariachi Gringo (El Mariachi Gringo/2012) é um desses filmes no qual esbarramos muito sem querer, do qual nada mais esperamos, além de entretenimento, e que nos surpreende de uma forma agradável. É como quando encontramos dinheiro nos bolsos de um casaco que não usamos há tempos. A qualificação dos filmes me deixa incomodada. Certamente, a pessoa que o qualificou não assistiu ao filme, leu o título e achou que havia entendido tudo. Dirigido por Tom Gustafson e escrito por Cory Krueckeberg, Mariachi Gringo não é comédia. Ao contrário, conta história de um homem de quase trinta anos, que vive em uma cidade do interior, leva uma vida, assim mesmo, levando. Alguém que não sabe quem é ou quem poderia se tornar. Shawn Ashmore, que interpreta o personagem em questão, é conhecido por suas participações em séries e filmes. Particularmente, gosto muito do trabalho dele na série The Following , e a mais recente é Conviction . A maioria, porém, deve conhecê-lo como Iceman, o Homem d

Voando para Casa | Uma boa história

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Eu gosto de boas histórias. Às vezes, elas não me chegam por meio de livros ou filmes, que são as principais fontes das histórias que aprecio. Às vezes, eu esbarro com elas, como quando uma senhora passava mal, em frente onde trabalho, e em vez de entrar, ela preferiu seguir, porque no quarteirão seguinte estava o dentista com quem tinha hora marcada, alguém que a conhecia e poderia levá-la para casa. Então, eu a levei até lá. Demoramos um pouco para completar esse quarteirão. Ela se sentia um pouco melhor, mas tinha artrite, suas pernas doíam. Durante o caminho, ela me contou sobre sua paixão pela música e pelos gatos. Ela desejou ser pianista, quando menina, mas o pai não permitiu. Tornou-se ouvinte assídua de respeitáveis mestres da música clássica e popular. Após os filhos se casarem, vendo-se sozinha em casa, optou pela companhia dos gatos, e não poderia ter feito escolha melhor. Sentia-se feliz com eles. Naquele dia, além de uma boa história, ganhei um longo abraço e a gr