Vinho, Giamatti e uma boa história para se apreciar


Paul Giamatti constrói tão bem seus personagens, que leva o espectador a se envolver profundamente com eles. Seja para rir, para chorar ou para ficar com vontade de bater no personagem, a viagem é sempre uma surpresa agradável. Mesmo no confuso Dama na Água (Lady In The Water, 2006), ele faz valer a sua participação.

Penso que a classificação de filmes como comédia, romance, ação etc, às vezes leva o espectador em geral a perder a chance de assistir a bons filmes. Sideways, apesar da interpretação engraçadíssima de Thomas Haden Church, não me parece uma comédia como a entendemos na indústria cinematográfica. E a prova maior é que, enquanto na caixinha do DVD consta a classificação como “comédia”, e ainda traz os dizeres “uma comédia inteligente sobre amizade e vinho”, em vários sites especializados em cinema ele consta como “drama”, apesar de ter ganhado o Golden Globe de Melhor Filme – Musical ou Comédia. Também levou o de Melhor Roteiro.

Sideways conta a história de Miles, um professor de Inglês depressivo, que tenta publicar um livro no qual nem mesmo ele acredita, enquanto vive e revive a tristeza pelo fim de seu casamento, há dois anos. Sendo apreciador e conhecedor de vinhos, quando Jack (Thomas Haden Church) vai se casar, Miles planeja com o amigo, desde a faculdade, uma viagem de despedida de solteiro, durante uma semana, pelos vinhedos da Califórnia, passando pelas vinícolas da região. Para Jack, um mulherengo que só quer se dar bem, o desejo é pela farra, enquanto Miles mergulha na sua apreciação pelo vinho, a espera excruciante pela resposta de sua agente literária sobre uma possibilidade de edição de seu livro, e nas lembranças de quando esteve em determinados locais com a ex-esposa.

Maya, interpretada por Virginia Madsen, e Stephanie, interpretada por Sandra Oh, são as mulheres que entram no caminho de Miles e Jack, durantea viagem. Aliás, “Sideways” serve como prova de que muita coisa pode acontecer em apenas uma semana.


Sideways é um ótimo filme, com um trabalho fantástico – mais uma vez – de Paul Giamatti.
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