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Mostrando postagens de agosto, 2015

Um universo chamado Barfly

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Meu início com Charles Bukowski foi um tanto conturbado. Não me afeiçoei a ele - a sua obra - ao ler Cartas na Rua , livro que ganhei de um namorado que era apaixonado pelo escritor.  Passaram-se anos desde a primeira leitura até eu chegar a próxima. Depois de ler poemas de Bukowski, dei-me conta de que seria afeto para a vida, para sua prosa e sua poesia. Então, eu soube do filme com roteiro de Charles Bukowski, baseado na vida dele, encomendado ao escritor pelo diretor de Barfly , Barbet Schroeder. Assisti  Barfly  pela primeira vez há tantos anos que nem faço ideia de quando poderia ter sido. Posso garantir que também perdi as contas de quantas vezes eu o assisti, depois da primeira. Certamente, muitos acreditaram que se tratava de mais um da leva de  9 ½  Semanas de amor  (Nine ½ Weeks/1986 | Adrian Lyne), filme que tornou Mickey Rourke conhecido como o sedutor nos moldes do personagem que interpretava. Talvez nem todos estivessem preparados para a crueza de Barfly ,

Bem-vindos à selva da música clássica

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Eu não sou conhecedora do universo da música clássica. Nunca conversei com um maestro como já conversei com muitos artistas, querendo saber como, quando... Por quê? A questão é que eu adoro música. Em todas as áreas da minha vida ela está presente. Sendo assim, acabo lendo livros a respeito, assistindo a filmes nos quais ela também é personagem, e até séries de tevê, como o caso de Nashville , que relutei em conferir, mas ainda bem que o fiz, porque é uma ótima série sobre o cenário da música country. Em dezembro de 2014, estreou mais uma série com músicos como tema. Ou seria a música? Na verdade, isso não importa, porque em terreno da arte os artistas se misturam às suas obras. Baseada no livro homônimo da oboísta Blair Tindall, Mozart in the Jungle aborda os bastidores das orquestras e principalmente da vida dos seus maestros. O humor faz parte do tom da trama, mas isso não incute a ela qualquer leveza. O humor, quase sempre é ácido, é ferramenta poderosa para mant

Luz acesa ou apagada?

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As séries mais realistas – principalmente sobre serial killers e psicopatas em geral - são as que mais me assustam. Apesar de serem ficção, essas séries apontam para os monstros que existem por aí, disfarçados de cidadãos exemplares, figuras de bondade incontestável. Em alguns casos, a ficção alardeia a possível realidade. Pessoalmente, eu morro de medo de livros, filmes e séries sobrenaturais. Mas nem pensem que o gênero me desagrada. Porém, não aprecio o sobrenatural abordado no escancaro do humor rasgado ou do provocar o medo por meio de cenas clichês, mas que sempre dão certo. Para me botar medo, é preciso que a história seja muito bem contada, com interpretação das boas, e havendo clichês (quase impossível evitá-los!), que eles sejam apresentados de uma forma bem convincente. Hoje eu falo sobre a minha percepção a respeito de duas séries com elementos sobrenaturais, diretamente ligadas à literatura, que me apetecem e me botam medo também. PENNY DREADFUL Criad

O mundo sem ela

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O maestro — tomado pelo frenesi que lhe é peculiar — leva a orquestra para as ruas, para um ensaio. Alguns músicos e os dirigentes da orquestra ficam furiosos. Onde já se viu sair de uma sala de acústica perfeita para ensaiar em um estacionamento, ou espaço afim, no meio da cidade e seus barulhos, as buzinas, o falatório, os passos das pessoas rumo ao trabalho? Expostos à curiosidade dos comuns? Mozart in The Jungle O produtor sofre com a demanda musical de sua gravadora. A música que antes lhe fascinava, e os artistas com os quais tinha prazer em trabalhar, resumem-se agora a pessoas que caibam em um modelo de sucesso. Ele sabe que retorno comercial é necessário, afinal, todos têm de ganhar a vida. Mas por que não um retorno comercial com boa música? Ele encontra essa compositora e decide que irá produzir o disco dela. Sem a parceria com a gravadora — da qual foi convidado a se retirar pelo seu sócio —, ele vai para as ruas. Grava todas as faixas do disco nas ruas, aproveitand