Rosa e Momo

Sophia Loren e Ibrahima Gueye em uma parceria primorosa


Sophia Loren, musa do cinema italiano e mundial, decidiu voltar em um projeto especial, após mais de uma década de afastamento. Rosa e Momo (La vita davanti a sé/2020) ganhou de imediato os expectadores. Uma produção da Netflix, o filme conta com direção de Edoardo Ponti, filho da atriz. 

Não é a primeira vez que mãe e filho trabalham juntos. Ele escreveu e dirigiu Desejo de liberdade (Between Strangers/2002), do qual também participam Mira Sorvino, Gérard Depardieu e Malcolm McDowell.

Rosa e Momo conta com roteiro de Ugo Chiti e Edoardo Ponti, e com a colaboração de Fabio Natale. É baseado no romance A vida pela frente, de Émile Ajar (pseudônimo de Romain Gary), lançado em 1975. Como costuma acontecer nas adaptações, o filme sofreu algumas mudanças, entre elas, a de país. No livro, a trama se passa na França, já no filme, é na Itália.

Um encontro afetivo no terreno das adversidades

Rosa e Momo
©Netflix | Divulgação

Momo (Ibrahima Gueye) é um órfão senegalês que mora na Itália. Aos doze anos, ele vive do tráfico de drogas e furtos. Rosa (Sophia Loren) é uma ex-prostituta que cuida dos filhos de mulheres que ainda trabalham no ramo. Judia e sobrevivente do holocausto, torna-se uma das vítimas do menino. 

Dr. Coen (Renato Carpentieri), tutor de Momo, vai até o apartamento da vítima para devolver o que foi furtado. Ele conhece Rosa e aproveita para pedir a ela que cuide de Momo, por algum tempo, pois acredita que ela pode ensinar ao adolescente algo que o ajude a se tornar alguém melhor. Ela reluta, mas acaba aceitando. 

Rosa e Momo
©Netflix | Divulgação

Gueye conquista seu espaço ao lado de Loren. A parceria deles em cena pontua um drama repleto de camadas, que aborda fragilidades, temores, a marginalidade das ruas que seduz os jovens, conflitos no entendimento religioso e cultural, mas principalmente o abandono, só que em um sentido mais amplo, aquele que sufoca as origens e as histórias dos personagens.

Em Rosa e Momo, os personagens não poderiam ter contado com parceria melhor do que entre Sophia Loren e Ibrahima Gueye. Eles interpretaram seus papeis com sutileza, em meio ao caos de suas vidas. O confronto vai, aos poucos, dando lugar à ternura, mostrando a importância das conexões humanas, independentemente das diferenças e distâncias, e do cuidado, especialmente no imprevisto, quando a vida toma decisões pelas pessoas. 

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