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Mostrando postagens de 2011

Inquietos

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Gus Van Sant é um diretor que agrada a todos, de Hollywood ao cenário independente do cinema, e sem perder a sua identidade. Os seus filmes implicam em uma jornada interior, independente da história ou de onde vivem os seus personagens. A delicadeza é presente em temas pesados, como em Garotos de Programa (My Own Private Idaho/1991) e Encontrando Forrester (Finding Forrester/2000). Em Inquietos (Restless/2011) não é diferente. Gus Van Sant faz a sua mágica, fazendo surgir, em um filme que trata de grandes perdas, a beleza de um gostar honesto, vibrante e adepto da imaginação. Annabel Cotton (Mia Wasikowska) e Enoch Brae (Henry Hopper) se conhecem em um funeral. Ela conhece o falecido, mas ele não. Para Enoch, ir a funerais alheios se tornou uma tarefa cotidiana. Annabel é paciente terminal de câncer, com uma expectativa de vida de três meses. Ao saber disso, Enoch se propõe a acompanhá-la até o seu encontro com a morte. Mia e Henry estão confortáveis nos papéis de A

O amante secreto

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Este é um filme que eu assistirei sempre que precisar de um tanto de poesia na minha realidade. Apesar de dramático, sofrido em tantos aspectos, há uma beleza ímpar nesta obra, certamente amplificada pela direção de Walter Lima Jr. A ostra e o vento (1998) fala sobre Marcela, ricamente interpretada por Leandra Leal, na sua estreia no cinema, uma adolescente que vive em uma ilha com o seu pai, o faroleiro José (Lima Duarte) e Daniel (Fernando Torres). Entre as várias histórias que se embrenham na trama principal, a mais poética – e profética - é, certamente, a forma como Marcela lida com a descoberta da sua sexualidade, sem que haja uma mulher como referência, e sob a proteção austera de seu pai. O filme é baseado no livro homônimo de Moacir C. Lopes, e o roteiro é de Walter Lima Jr. e Flávio Tambellini. A ostra e o vento é um mergulho no universo frágil e sagaz de uma personagem que vive, através da imaginação, o que é tolhida de viver na realidade. Marcela convive com a solidão prof

Através dos preferidos

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O ator britânico Matthew Macfadyen Acredito que a maioria daqueles que apreciam o cinema e a televisão, tenham as suas preferências de ator/atriz e de diretores. Em casos como este, dispensa-se a sinopse, indo direto ao produto, sem medo de errar. Raramente, o filme, a série ou a minissérie desapontam, porque ao escolhermos nossas preferências, contamos com o bom gosto daqueles que escolhem os seus papéis. Não que seja impossível nos desapontar, mas pensando desta forma, certamente é mais raro de acontecer. Interpretando Mr. Darcy, em Orgulho e Preconceito Recentemente, assisti pela quinta vez ao filme Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice/2005), de Joe Wright, baseado na obra da escritora inglesa Jane Austen, que eu admiro muito. Neste filme, descobri o ator Matthew Macfadyen, que interpretou o famoso personagem de Austen, o Mr. Darcy. Não é apenas pela complexidade ou por eu ter gosto em me embrenhar em universos de personagens mais densos, mas Macfadyen foi o

Vampiros e diários

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O sobrenatural tem sido tema de livros, filmes e séries. Apesar de a saga Crepúsculo ter arrebanhado um público significativo, ainda voto, sem medo de errar, no original Drácula de Bram Stoker , filme de Francis Ford Coppola com o talentoso Gary Oldman dando vida - ou morte? - ao personagem, com a elegância e a sedução necessárias para que um matador daquele calibre seja querido por todos. E ainda traz Anthony Hopkins como o popular caçador de vampiros, Van Helsing. Se Gary Oldman foi sagaz o suficiente para nos fazer apaixonar pelo seu Drácula, sendo que ele não se importava com toda a crueldade que envolvia a existência de tal predador, é a luta pela raspa de humanidade que resta aos vampiros que vem permeando as produções dos últimos anos. Em 2007, antes do boom das produções vampirescas, a série Moonlight estreou no Brasil. Infelizmente, ela chegou durante a entressafra dessas produções, quando ainda não se sabia do impacto que o tema causaria na indústria, o que a levou a ser

Os fãs perguntaram e ele respondeu

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O cantor e compositor Kléber Albuquerque respondeu perguntas enviadas pelos seus fãs, o que resultou na entrevista abaixo. Cada pessoa sente a música de uma forma diferente. Quais as sensações que as suas músicas te trazem? Pra que lugar dentro de você elas te levam? Minhas canções trazem-me sensações diferentes, a depender do momento. Geralmente, quando estou compondo, a sensação mais forte é a de necessidade de manifestação, e certa febre que não passa enquanto a canção não termina. Algumas canções me dão uma sensação de nudez, pois vejo meus sentimentos muito expostos nelas. Outras dão a sensação de ensinar coisas a mim. Outras parecem pessoas que encontro na rua. Você começa a compor pela música ou pela letra? Geralmente, surge algum verso já escorado por uma intenção de melodia e, a partir daí, vou desenvolvendo a canção até a forma final. Com que idade você percebeu que já era um artista tão bom? Obrigado pela gentileza do adjetivo. Percebi que tinha vocação artística muito jovem

Sol entre noites | Whisner Fraga

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Fui ao lançamento do livro de Whisner Fraga, o Sol entre noites . Tive o grande prazer de escrever o texto de orelha do livro, convite que me deixou feliz e um pouco temerosa, já que o Whisner é um autor que admiro muito, e um grande amigo. Abaixo, segue o texto e aqui o link direto para o livro no site da Ficções: www.ficcoes.com.br/livros/noites.html Whisner Fraga lança um tema em Sol entre noites, mas cabe ao leitor decidir se irá encará-lo como proposto, ou se, diante de tal jornada, escolherá dividir-se para encarar as – e trafegar pelas – bifurcações que encontrar pelo caminho. Porque esta trama – emaranhada em uma pontuação que indica o ritmo, como se fosse a batuta do maestro cadenciando o silêncio ao ar – requer a entrega de quem não apenas abre o livro e coloca os olhos nas palavras, mas também daquele que mergulha nas páginas a ponto de se misturar a elas. O tema, a imigração libanesa no Brasil, já foi abordado pelo autor em seu emblemático Abismo poente, também publica

Estreias

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Todos os anos, novas séries de televisão são lançadas. A maioria delas é cancelada, ainda nos primeiros episódios, por não conquistar público. Algumas delas têm apenas doze ou treze episódios por temporada, e as super estrelas do cenário das séries ganham até vinte e quatro episódios. Eu realmente adoro séries, e acompanho, no momento, várias delas. Já escrevi sobre algumas, panfletei, angariei novos fãs, até para as já canceladas, mas com episódios suficientes para contar uma boa história. Neste ano, três séries estreantes chamaram a minha atenção. São dramas e com temas relevantes, como o herói de guerra que volta para casa, mas é suspeito de colaborar com terroristas. O homem que construiu uma máquina capaz de identificar e prever ações terroristas, descartando crimes considerados irrelevantes, mas que fazem toda a diferença na vida das pessoas que vivem a realidade dele, então, ele passa a agir em prol dessas pessoas, tentando evitar os crimes. E o médico rico e famoso, distante

Como viver sem limites?

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Em Sem Limites (Limitless/2011), Eddie Morra (Bradley Cooper) é um escritor com um bloqueio criativo que vive em condições miseráveis. Não é à toa que a namorada o abandona, e a editora a quem deveria entregar um livro, já não acredita mais nele. Eddie está tão no fundo do poço, que confundi-lo com um morador de rua não seria difícil. A vida de Eddie muda completamente quando ele reencontra um velho amigo, que lhe apresenta um medicamento capaz de fazer com que uma pessoa use 100% do seu cérebro. O escritor com bloqueio criativo, de repente, consegue se lembrar de tudo o que leu, ouviu, viveu em toda a sua vida. Seria fácil pensar que ele finalmente conseguiu concluir seu livro e se tornou um escritor de Best-seller, e claro que isso acontece. Porém, a grande virada do filme está em outro lugar. O amigo de Eddie é morto, e ele fica com o suprimento do medicamento. A partir daí, o escritor passa a viver sem limites e a sua história muda completamente. Eddie se lança ao merca

Comédia com quê de humor negro

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Paul Rudd é daqueles atores versáteis, apesar de ser mais do que clara a sua tendência a enriquecer as comédias. E não falo apenas das comédias românticas, como a adorável A razão do meu afeto (The Object of My Affection/1998), ou sobre a sua participação na série Friends , como Mike Hannigan, que se casa com Phoeb. Em filmes como Eu te amo, cara (I Love You, Man/2009), quando o personagem Peter Klaven se dá conta de que é amigo apenas das amigas de sua noiva, e que não tem um amigo para chamar para ser seu padrinho, e sai caçando alguém para ocupar o cargo, Rudd consegue a façanha de ser engraçado de um jeito tão dramático e peculiar, que não há como não reconhecê-lo como o grande ator que é. Em Como você sabe (How Do You Know/2010), a comédia romântica está carregada de certo humor negro. Mesmo o romance é difícil de acontecer ali, não para o personagem de Rudd, George, mas sim para a personagem de Reese Whiterspoon, Lisa. Pense em como seria se tudo desse errado na sua vida de um

Élio Camalle se apresenta no CCSP

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O cantor e compositor se apresentará no Centro Cultural São Paulo na sexta-feira, dia 03 de junho. Ele apresentará o seu sexto disco, Receita , que retrata, através dos ritmos e canções, as diferentes manifestações das alegrias e dores de amores. O evento começará às 19h, na Sala Adoniran Barbosa. Acompanhando o músico, estarão Johnny Frateschi, André Freitas e Breno Ruiz. Participação de Vasco Faé. Élio Camalle - Receita CSSP - Centro Cultural São Paulo Rua Vergueiro, 1000 Paraíso - SP Informações Fone: 11.397 4002 ccsp@prefeitura.sp.gov.br Myspace: http://www.myspace.com/eliocamalleoficial

Olivia, o vídeo

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A espera valeu! A estreia do vídeo OLIVIA, da banda irlandesa STAND aconteceu na quarta, dia 13. A música é ótima e o vídeo ficou bem bacana. Visite: www.standland.com

U2 | Um show além da música

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Ontem, o Estádio do Morumbi (SP) estava lotado para o terceiro e último show no Brasil do U2, da turnê 360º. Fã desde a época em que começaram a banda, eu não sabia o que esperar, mas esperava ansiosa, como a maioria dos presentes. Fui de pista, então nem tudo da movimentação do palco eu consegui conferir, não vou conseguir dar detalhes a respeito. Porém, certamente o telão nos fez sentir como se estivéssemos em cima do palco, junto com a banda. Isso diminuiu a distância. E em certos momentos do show, a transformação do telão, as mensagens expostas nele, a tradução simultânea do que Bono dizia, enfim, foi um show dentro do show. Ao subirem ao palco, Larry Mullen Jr., Adam Clayton, The Edge e Bono Vox realizaram meu sonho desde que comecei a cantarolar suas canções, com um dicionário ao lado, que era para entender o que cantavam. E neste momento, também compreendi com mais clareza a importância de músicos que conseguem, décadas depois, manter a sua música com um frescor inigualável.

Whisner Fraga virtual

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Whisner Fraga, amigo e escritor que admiro muito, está inaugurando hoje o seu site – www.whisnerfraga.com.br . Quem quiser visitar o espaço encontrará informações sobre os livros que ele já publicou, poesias, contos e por aí vai. Enfim, vale o passeio.

A morte em cena

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A morte é tema profundamente explorado nas artes. No cinema, ela tem sido abordada com classe e também com violência, na cadência da rotina, da surpresa, nas condições da espera. A vida é o que nos prepara para a morte, mas como será a entressafra? Além da Vida (After Life/2010) é um filme que trata do período entre a vida e a morte, este espaço em que, muitos acreditam, a pessoa é preparada para deixar completamente a realidade que conhece. Eliot Deacom (Liam Neeson) é diretor de uma funerária e responsável pela preparação dos corpos para o funeral. Anna Taylor (Christina Ricci) é uma professora em um relacionamento complicado com Paul Coleman (Justin Long). Após uma discussão com Paul , Anna sofre um acidente e quando desperta está na mesa de trabalho da funerária. Anna descobre, não da melhor forma, que Eliot tem o dom de conversar com os mortos que estão em transição entre a vida e a morte. Além de preparar o corpo para o funeral, ele ajuda a pessoa a aceitar que está morta. S

O mestre do Samba

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A gente pensa que sabe sobre uma série de coisas que apenas conhecemos porque fazem parte da nossa cultura, mas se trata apenas do bom e velho “conhecemos por nome”, não por conteúdo, o que geralmente nos permite conhecer o assunto pelas bordas. Portanto, é preciso um olhar mais atento, certa proximidade para realmente compreender a importância desse fragmento que complementa o cenário geral do que acontece no nosso país. Na semana passada, assisti a um workshop no IBVF, destinado a mostrar aos presentes como funciona o curso Instrumentos do Samba. E foi tão interessante que cairia bem aos que não tocam um instrumento ou pretendem aprender a tocá-lo. Caberia perfeitamente no aprendizado dos que, por serem brasileiros, interessam-se pela História cultural do nosso país. O workshop foi ministrado pelo percussionista Julio Cesar, pessoa tão talentosa que, fácil, fácil, faz o coração da gente bater ao ritmo dos tamborins. Ele não é apenas um músico exemplar, mas também um profundo conheced

Colocando preço na vida

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Repo Men – O Resgate de Orgãos , dirigido por Miguel Sapochnik , faz-me insistir no fato de que não há, no Brasil, o cuidado necessário ao se dar um título em português a um filme estrangeiro. Um dos que mais me incomoda é o filme The Fall , batizado, em terras tupiniquins, Dublê de Anjo . O filme é fantástico, mas como a própria atendente da locadora me disse, ela não se interessou, porque achou que fosse um drama daqueles tão água-com-açúcar, que a faria dormir. Enganou-se profundamente. Clique AQUI e leia a crônica sobre o filme The Fall . Portanto, se não há como traduzir o título original, o mínimo a se fazer é colocar um título em português que não remeta a outra trama que não a do filme em questão. Afinal, nem todos gostam de ler sinopses, e nem todas as sinopses descrevem realmente o filme. Repo Men me interessou antes de ser lançado no Brasil. Fã assumida de Jude Law, um amigo me mandou o link do trailer, e a partir daí, fiz a contagem regressiva, até o filme chegar ao Brasi

Kléber Albuquerque | Canções seminuas

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No dia 11 de fevereiro, o cantor e compositor Kléber Albuquerque se apresentará em São Paulo, mostrando, como ele mesmo define, "canções seminuas, vestidas apenas com violão e voz". E quem estiver a fim de colaborar com o repertório, basta acessar a página pessoal do artista no Facebook e sugerir uma canção: http://www.facebook.com/profile.php?id=1781077239 Quem quiser apreciar boa música e boa poesia, passe por lá!

O amor e suas mazelas

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Ole Bordenal conseguiu criar um cenário para a história que criou. leva o sentimento aonde poucos chegariam. Há tempos não me doía a alma assistir a um filme, tamanha curiosidade para saber aonde ele me levaria. Há tempos eu não me fascinava com um roteiro que lidasse com as mazelas do amor, com os enganos que cometemos em seu nome, tampouco espreitasse a solidão acompanhada de forma tão contundente. Ole Bordenal escreveu e dirigiu uma história que realmente não é mais uma nos arrabaldes do amor. Ela tem aquele quê que a destaca, que nos faz parar e pensar se teríamos coragem de encarar a jornada que Jonas , interpretado por Anders W. Berthelsen , o personagem central, encara, às vezes, com a sede dos que querem que o mundo se dane, e em outras, com a carência de quem vê a vida passar, sem sentir profundamente o que seja. Jonas é um fotógrafo que sonhou viajar pelo mundo e registrar belas paisagens, mas acabou se tornando membro de uma equipe forense, limitando seu talento a clicar

Vinho, Giamatti e uma boa história para se apreciar

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O que me atrai em Paul Giamatti é que ele não se parece com ninguém, ao menos no que se refere aqueles que cabem no meu gosto. Há certo refinamento neste homem que me agrada profundamente, até mesmo quando interpreta personagens que são pessoas, como Harvey Pekar , importante autor do universo dos quadrinhos, conhecido pelo seu mau humor constante ( Anti-Herói Americano/American Splendor, 2003 ). Paul Giamatti constrói tão bem seus personagens, que leva o espectador a se envolver profundamente com eles. Seja para rir, para chorar ou para ficar com vontade de bater no personagem, a viagem é sempre uma surpresa agradável. Mesmo no confuso Dama na Água (Lady In The Water, 2006), ele faz valer a sua participação. Desde o seu lançamento, em 2004, venho ensaiando para assistir Sideways – Entre umas e outras . É uma coisa minha, fico espreitando o objeto de desejo, e, às vezes, demoro muito a desempacotar o presente, mas chego lá... E cheguei, hoje. Penso que a classificação